Será que valeu a pena entrar em recuperação judicial?
Recentemente, a empresa Servimed, com mais de 50 anos de atuação em Bauru, surpreendeu o mercado ao anunciar sua entrada no processo de recuperação judicial. Com dois mil colaboradores, a Servimed é uma distribuidora atacadista que atua em diversos segmentos, incluindo farmacêutico, hospitalar, higiene, beleza e alimentar.
O pedido de recuperação judicial da Servimed veio à tona em meio a um cenário desafiador, com a empresa acumulando uma dívida de R$ 46 milhões até fevereiro deste ano. Além disso, os balanços mensais revelaram uma redução significativa nas atividades da empresa, com quedas tanto nas receitas quanto nas despesas ao longo do tempo.
O presidente da empresa, Antonio Iachel Marques, atribuiu parte das dificuldades financeiras ao impacto da pandemia de Covid-19, que resultou na paralisação de fábricas, queda nas vendas e escassez de insumos essenciais, especialmente os provenientes da China. Além disso, fatores como a alta taxa de juros e os conflitos na Ucrânia também contribuíram para a situação financeira complicada da empresa.
Diante desse cenário, a Servimed optou pela recuperação judicial como uma medida para reestruturar suas finanças e garantir a continuidade de suas operações. O objetivo é alcançar um equilíbrio econômico-financeiro sustentável, permitindo à empresa superar os desafios atuais e embarcar em um novo caminho de crescimento e desenvolvimento.
É importante ressaltar que a recuperação judicial não apenas busca resolver as dificuldades financeiras da empresa, mas também tem como objetivo preservar os empregos dos colaboradores, manter a continuidade das operações comerciais, propor um plano de pagamento das dívidas que seja justo para todas as partes envolvidas e manter boas relações com fornecedores, investidores, parceiros e clientes.
Atualmente, o pedido de recuperação judicial da Servimed está em tramitação na Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem das 3.ª e 6.ª Regiões Administrativas Judiciárias, em Ribeirão Preto, aguardando a decisão da juíza responsável, Carina Roselino Biagi.
Embora enfrentar uma situação de recuperação judicial seja desafiador, a Servimed está determinada a superar os obstáculos e buscar soluções que garantam sua sustentabilidade futura. Essa jornada pode fornecer valiosas lições não apenas para a empresa, mas também para outros negócios que enfrentam dificuldades semelhantes.